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FRUTOS DA LIGAÇÃO

Vista da obra Frutos da Ligação (I), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, Mo
Vista da obra Frutos da Ligação (II), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, M
Vista da obra Frutos da Ligação (III), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas,
Vista da obra Frutos da Ligação (IV), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, M
Vista da obra Frutos da Ligação (V), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, Mo
Vista da obra Frutos da Ligação (IV), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, M
Inauguração da obra Frutos da Ligação, Montenegro_RS, 2022..jpg
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A pintura é o eixo central da minha produção artística. Nas pinturas da série Cenas Urbanas, iniciada em 2014, os Orelhões passaram a ser um ícone recorrente. As cabines de telefones públicos destacaram-se como elemento característico do mobiliário urbano brasileiro, até então notáveis em todo território nacional. Interessou-me o design arredondado dos Orelhões contrastando com outros elementos da paisagem urbana. O Orelhão foi projetado em 1971 pela arquiteta Chu Ming Silveira, atendendo ao desafio de
encontrar uma solução em termos de design e acústica para os telefones públicos, reunindo funcionalidade e beleza. Fabricado em fibra de vidro, resistente ao sol, à chuva e a altas temperaturas. Um elemento que por décadas foi útil à população, na atualidade, com o advento das novas tecnologias, tornaram-se obsoletos e gradualmente estão desaparecendo da paisagem.

Ao perceber que os Orelhões estavam sendo removidos das ruas, passei a pensar em como poderia apropriar-me desse objeto numa proposição artística. O município de Montenegro-RS, onde vivo e trabalho, destaca-se pela citricultura, daí surgiu a ideia de tirar proveito do formato arredondado dos Orelhões realizando uma pintura que fizesse alusão às frutas cultivadas na região. Compondo as peças como se fossem três árvores: um limoeiro, uma bergamoteira e uma laranjeira, “plantadas” num canteiro. A pintura dos orelhões, explorando as variações de cores cítricas, busca assemelhar-se aos frutos cortados ao meio, criando uma imagem lúdica no cenário urbano.
Diferentemente de uma pintura exposta nas paredes de uma galeria ou museu, a obra de arte instalada no espaço público integra o cenário urbano, sendo mais um elemento que o compõe. Reflete sobre a percepção do lugar, interagindo diretamente com os indivíduos no cotidiano. Na medida em que deslocam-se pela cidade os cidadãos acabam se deparando com a arte sem a necessidade de ir até os espaços convencionais, como museus e galerias, atingindo assim públicos que não têm o hábito de frequentar estes ambientes.

O canteiro rodoviário escolhido para a instalação da obra está localizado próximo a RS 287 e a entrada do Parque Centenário, que é um espaço de uso diário dos munícipes para atividades esportivas e recreativas, e o principal local para a realização de eventos de médio e grande porte. Um local de bastante visibilidade que estava em estado de abandono no momento de elaboração da proposta. Pensando no diálogo com o contexto local, Frutos da Ligação teve como objetivo fortalecer a identidade do município e o sentimento de pertencimento da população.

O título da obra, “Frutos da Ligação”, faz referência a apropriação das cabines telefônicas e da citricultura, um símbolo do município. Também versa sobre o espaço que é de todos, um espaço de convivência e soma. As cabines de Orelhões podem trazer ao espectador algo do passado, conectando-o com suas memórias, gerando distintas leituras e interpretações. Ligando elementos que constituem parte da nossa história, encontramos frutíferas referências para projetar nosso futuro. Ao reutilizar materiais que seriam descartados, a proposta também exemplifica como materiais antigos podem ter uma nova existência, criando também um diálogo em torno da urgência da conservação de recursos para um futuro mais sustentável.

Painting is the central axis of my artistic production. In the paintings of the Urban Scenes series, started in 2014, the "Orelhões" (public telephone booths) became a recurring icon, standing out as a characteristic element of Brazilian street furniture, until then notable throughout the national territory. I was interested in the rounded design of the "Orelhões" contrasting with other elements of the urban landscape. The telephone booth was designed in 1971 by the architect Chu Ming Silveira, meeting the challenge of finding a solution in terms of design and acoustics for public telephones, combining functionality and beauty. Made of fiberglass, resistant to sun, rain and high temperatures. An element that for decades was useful to the population, nowadays, with the advent of new technologies, it has become obsolete and is gradually disappearing from the landscape.

Vista da obra Frutos da Ligação (I), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, Mo

Vista da obra Frutos da Ligação (I), hastes de ferro com estruturas de Orelhões pintas, Montenegro/RS, 2021.

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